Vencer uma Copa do Mundo é um feito para poucos treinadores. Para ser
exato, apenas 18 tiveram a honra de ter o mundo do futebol aos seus pés
em 82 anos, desde o primeiro Mundial, em 1930, no Uruguai. Um deles, o
brasileiro Luiz Felipe Scolari, inicia nesta quarta-feira (6), contra a
Inglaterra em Wembley, a caminhada rumo ao desejo de ser bicampeão
mundial, feito de apenas um técnico na história.
Campeão mundial com a seleção italiana nas Copas de 1934 (Itália) e
1938 (França), Vittorio Pozzo ficou no comando da Azzurra entre 1929 e
1948. Além dos dois Mundiais, ele também conduziu o time do seu país a
um título olímpico, em Berlim (1936). Depois dele, nenhum comandante de
uma seleção nacional conseguiu repetir por duas vezes a glória máxima em
uma Copa do Mundo. E muitos tentaram.
Pela seleção brasileira, alguns chegaram perto. Campeão em 1958 e
1962 como jogador, Zagallo foi campeão também como técnico em 1970
(feito só igualado pelo alemão Franz Beckenbauer). A seleção dirigida
por ele em 1998, na França, chegou à final, mas foi goleada pelos donos
da casa por 3 a 0. Em 1994, na campanha do tetracampeonato brazuca, ele
era o coordenador, enquanto o comando era de Carlos Alberto Parreira,
outro que falhou em sua oportunidade.
O segundo ciclo de Parreira no comando do Brasil teve seu desfecho na
Copa de 2006, na Alemanha. Favorita, a seleção atuou mal durante quase
todo o Mundial, e acabou eliminado pela França nas quartas de final, com
placar de 1 a 0. Um terceiro técnico brasileiro a tenta o bi e falhar
foi Vicente Feola, treinador do primeiro título da seleção, em 1958,
assim como do fracasso na Copa de 1966, na Inglaterra.
A dificuldade de repetir títulos mundiais é notória já pelo simples
fato de que apenas oito seleções (Brasil, Itália, Alemanha, Argentina,
Uruguai, Inglaterra, França e Espanha) já tiveram o gostinho de vencer
pelo menos um Mundial. Na posição de técnico, a complexidade do feito é
ainda maior.
Vários comandantes lá fora já tentaram repetir a dose e falharam. O
uruguaio Juan López Fontana (campeão em 1950, falhou em 1954), os
alemães Sepp Herberger (título em 1954, não ganhou em 1958 e 1962) e
Helmut Schön (campeão em 1974, não levou em 1978), os italianos Enzo
Bearzot (campeão em 1982, não repetiu em 1986) e Marcello Lippi (campeão
em 2006, fraco em 2010), o inglês Alf Ramsey (vitorioso em 1966, não
ganhou em 1970), os argentinos César Luiz Menotti (campeão em 1978, mal
em 1982) e Carlos Bilardo (campeão em 1986, vice em 1990) são alguns
exemplos.
Além de Felipão pelo Brasil, o espanhol Vicente del Bosque, campeão
na Copa de 2010, é o único que pode repetir o bicampeonato em um Mundial
em 2014. A seleção da Espanha ajuda, uma vez que aparece como favorita e
com uma base já montada e entrosada para erguer a taça mais uma vez,
agora no Maracanã, palco da decisão daqui a menos de 500 dias. Contra a
seleção inglesa, o treinador brasileiro, campeão em 2002, dá o primeiro
passo para colocar o seu nome mais uma vez na história do futebol.
Fonte: R7.COM
Nenhum comentário:
Postar um comentário