Rio de Janeiro – Com o crescimento econômico do Brasil e o aumento
do poder aquisitivo da população, o mercado de beleza foi um dos que
mais cresceram nos último anos. Levantamento da Associação Nacional do
Comércio de Artigos de Higiene Pessoal e Beleza (Anabel) mostra que de
2005 para 2010 o número de salões de beleza no país passou de 309 mil
para 550 mil, um aumento de 78%. O número de profissionais acompanhou o
crescimento, saltando de 1,2 milhão para 2,2 milhões no período.
Em 2010, a capital fluminense registrou 3.896 novos salões na junta
comercial. Em 2011, o aumento foi 53,9%, com 5.997 novos salões
registrados. O cadastro tem 9.486 empresas ativas. De acordo com a
Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), o
estado tem cerca de 20 mil salões, o que corresponde a 17,4% dos
estabelecimentos do país, e responde por cerca de 30% dos empregos
formais no setor. Os dados foram repassados pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial do Rio de Janeiro (Senac-RJ).
Segundo o Senac-RJ, o crescimento do setor é impulsionado também
pelo baixo investimento inicial necessário, cerca de R$ 30 mil, e pelo
retorno rápido. A formalização é incentivada ainda pela criação, pelo
governo federal, da figura do microempreendedor individual, para
negócios com renda anual até R$ 36 mil.
Segundo dados do Portal do Empreendedor, do governo federal, em
dezembro de 2012 o estado do Rio já registrava 22.840
microempreendedores individuais na Classificação Nacional de Atividade
Econômica 9.602-5/01, referente às atividades de cabeleireiro, barbeiro e
manicure. Em todo o Brasil, são 193.071 no setor. Só na cidade do Rio
são 8.330. Nas três esferas, os registros na área de beleza só ficam
atrás dos referentes ao comércio varejista de roupas (Cnae 4.781-4/00).
O gerente de cursos de beleza e bem-estar do Senac-RJ, Adriano
Vasconcelos, diz que o mercado tem crescido cerca de 10% ao ano há uma
década. “As pessoas hoje buscam a área de beleza com muito mais
intensidade do que no passado. Antes, começavam a frequentar salão de
beleza a partir dos 17, 18 anos. Hoje, até criança frequenta, tem até
festa de criança feita em salão de beleza”.
De acordo com ele, a mídia tem grande influência nisso, além das
mudanças no mercado de trabalho. “A possibilidade de consumo do
brasileiro também cresceu, muita gente saiu da classe D e foi para a
classe C. Além disso, a participação da mulher no mercado de trabalho
vem crescendo muito mais”, diz.
Vasconcelos acredita que a necessidade de buscar os serviços de
beleza hoje é muito maior do que no passado, daí a demanda por
profissionais, por salões e por serviços vir crescendo gradativamente
nos últimos anos. “Por isso, eu não vejo, nos próximos cinco anos, como
saturar o mercado. Ainda não”.
Por Akemi Nitahara
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