O sedentarismo é um dos grandes vilões da fertilidade masculina, segundo
um novo estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard,
nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, homens jovens e saudáveis
que assistem televisão por mais de 20 horas semanais têm a metade da
concentração de espermatozoides no sêmen do que aqueles que passam pouco
tempo em frente ao aparelho. Por outro lado, a prática de atividade
física parece promover uma vantagem nesse sentido: indivíduos que se
exercitam durante 15 horas por semana chegam a apresentar uma contagem
de esperma 73% maior do que aqueles que são pouco ativos.
O novo trabalho, que foi publicado dia 4 de fevereiro, no periódico British Journal of Sports Medicine,
ajuda a entender os resultados de estudos recentes que vêm mostrando
que a concentração de espermatozoides no sêmen dos homens de diversas
regiões do mundo está diminuindo com o tempo — o que não significa que
eles estão se tornando inférteis, mas sim que existe uma tendência para
que isso ocorra um dia.
Para realizar o estudo, Audrey Jane Gaskins, pesquisadora do
Departamento de Nutrição Faculdade de Saúde Pública da Universidade
Harvard, reuniu uma equipe multidisciplinar. O time selecionou, entre
2009 e 2010, 189 homens de 18 a 22 anos, que foram questionados sobre a
quantidade e a intensidade de atividade física que haviam praticado nos
três meses anteriores, além do tempo que passavam em frente à televisão
em um dia. Os participantes também relataram outros fatores que podem
afetar a fertilidade, como problemas de saúde em geral, hábitos
alimentares, tabagismo e níveis de stress, e tiveram recolhidas amostras
de seu sêmen.
Sedentarismo - Na análise de Gaskins, as pessoas que
se exercitavam mais do que 15 horas por dia foram incluídas no grupo dos
participantes mais fisicamente ativos. Embora essa quantidade de
exercícios tenha aumentado a concentração de espermatozoides no sêmen
desses homens, ela não impactou a forma ou o volume do esperma. Além
disso, muitas horas em frente à televisão neutraliza esse efeito
positivo da atividade física. O sedentarismo parece ser o fator mais
prejudicial ao homem nesse sentido, já que nem o tabagismo e nem o peso,
por exemplo, eliminaram os benefícios dos exercícios.
Segundo os autores do estudo, a atividade física pode afetar a função
reprodutiva "por meio de sua capacidade de regular a energia e o
equilíbrio do organismo, influenciando no índice de massa corporal
(IMC)", escreveram. "Os exercícios, exceto aqueles que são levados à
exaustão, vêm se mostrando capazes de aumentar a expressão de enzimas
antioxidantes no corpo. A atividade física regular, então, pode proteger
as células germinais masculinas." Ainda de acordo com os pesquisadores,
estudos futuros devem determinar que tipo de atividade física é
benéfico à fertilidade masculina.
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