São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central
confirmou a expectativa generalizada e manteve, pela segunda reunião
seguida, a taxa básica de juros em 7,25% ao ano. O índice segue sendo o
menor da série histórica da Selic. Agora, as decisões de política
monetária no governo Dilma Rousseff acumulam cinco altas, dez quedas e
duas manutenções, sempre em sequência. Desde janeiro de 2011, a taxa se
reduziu em quatro pontos percentuais.
A decisão foi unânime, sem viés. A avaliação dos oito membros do Copom é de que os riscos para a inflação aumentaram.
"Considerando o balanço
de riscos para a inflação, que apresentou piora no curto prazo, a
recuperação da atividade doméstica, menos intensa do que o esperado, e a
complexidade que ainda envolve o ambiente internacional, o Comitê
entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de
tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para
garantir a convergência da inflação para a meta", diz a nota divulgada
pelo Copom.
Repercussão
Para o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira
da Silva, o Paulinho (PDT-SP), o Copom "perdeu uma ótima oportunidade"
de prosseguir na política de redução dos juros. "É preciso agilidade e
reduções eficazes dos juros para facilitar o
crescimento da economia e reduzir a dívida pública, estimular a produção
industrial, que se encontra estagnada, aumentar o consumo e gerar
empregos de qualidade", afirma.
"Foi desperdiçada uma boa oportunidade para retomar o
bom caminho da redução da Selic e, com isso, forçar uma queda maior dos
juros e dos spreads dos bancos, a fim de baratear o crédito e
incentivar o emprego, o desenvolvimento e a distribuição de renda",
afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro. Segundo ele, "apesar das
quedas da Selic em 2012 os bancos
brasileiros ainda continuam praticando juros e spreads que permanecem
entre os mais altos do mundo, travando a produção e o consumo, freando o
crescimento econômico do país".
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), Paulo Skaf, disse que há espaço para reduzir a taxa básica, mas
isso depende de um ambiente favorável a investimentos. "Acreditamos que
novas quedas na Selic acontecerão ao longo do ano,
mas o governo precisa aumentar a competitividade da economia e destravar
o investimento. A exemplo do que fez recentemente com a MP 579, que
trouxe a redução no preço de energia, o governo tem de avançar na
redução da carga tributária sobre a produção, redução da burocracia e
custo do crédito, além da melhoria da infraestrutura", afirmou, pedindo
ritmo mais intenso de obras públicas e regulamentação de concessões e
PPPs (parcerias público-privadas).
Por Rede Brasil Atual
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