A desocupação do Pinheirinho provocou uma avalanche de ações judiciais
contra o Estado de São Paulo. Até a semana passada, 1.075 famílias
haviam procurado a Defensoria Pública para pedir indenizações por danos
morais e materiais, além de relatar casos de abuso policial durante a
reintegração de posse.
A Defensoria deverá divulgar até o fim deste mês um relatório consolidado sobre as ações movidas pelos desalojados. Entre as reclamações, 570 famílias afirmaram que a Polícia Militar atirou bombas de efeito moral em suas casas, usando até mesmo helicópteros na ação.
Os dados da Defensoria mostram também que integrantes de 239 famílias foram atingidos por balas de borracha. Outras 112 famílias sofreram com violência física e 367, verbal. “Foi um sucesso militar e um fracasso para os direitos humanos”, afirma o defensor público Jairo Salvador de Souza, responsável pelo acompanhamento dos casos. “Houve também a desmoralização dos pais diante dos filhos, de forma proposital, para quebrar a estrutura familiar. Policiais gritavam ‘diga para eles que quem manda aqui é o Choque, não você’. Também ameaçavam matar os animais de estimação, caso não desocupassem as casas.”
O relatório mostra que 3% das casas foram incendiadas e 34%, demolidas com bens dentro. “Foi um catálogo de erros – 1% da população da cidade foi removida de casa em uma manhã”, diz Souza. Uma semana antes da reintegração, sinalizando uma possível resistência, moradores posaram para fotos “armados” com paus, estilingues e ferramentas, como facões e enxadas.
Humilhação. O pedreiro Antonio Chaves Gomes, o Ceará, de 32 anos, lembra da forma como foi retirado da casa onde morava havia seis anos. “Peço a Deus para que nunca mais aconteça isso comigo. Foi tudo muito rápido, na base do tiro. Uma humilhação muito grande.”
Hoje, ele é vizinho do também pedreiro Aguinaldo de Jesus Santos, de 45 anos, que lembra com tristeza da ação policial. “Tinha helicóptero em cima e polícia cercando o terreno. Eles jogaram muitas bombas. Mesmo quem queria sair não conseguia.”
A Defensoria deverá divulgar até o fim deste mês um relatório consolidado sobre as ações movidas pelos desalojados. Entre as reclamações, 570 famílias afirmaram que a Polícia Militar atirou bombas de efeito moral em suas casas, usando até mesmo helicópteros na ação.
Os dados da Defensoria mostram também que integrantes de 239 famílias foram atingidos por balas de borracha. Outras 112 famílias sofreram com violência física e 367, verbal. “Foi um sucesso militar e um fracasso para os direitos humanos”, afirma o defensor público Jairo Salvador de Souza, responsável pelo acompanhamento dos casos. “Houve também a desmoralização dos pais diante dos filhos, de forma proposital, para quebrar a estrutura familiar. Policiais gritavam ‘diga para eles que quem manda aqui é o Choque, não você’. Também ameaçavam matar os animais de estimação, caso não desocupassem as casas.”
O relatório mostra que 3% das casas foram incendiadas e 34%, demolidas com bens dentro. “Foi um catálogo de erros – 1% da população da cidade foi removida de casa em uma manhã”, diz Souza. Uma semana antes da reintegração, sinalizando uma possível resistência, moradores posaram para fotos “armados” com paus, estilingues e ferramentas, como facões e enxadas.
Humilhação. O pedreiro Antonio Chaves Gomes, o Ceará, de 32 anos, lembra da forma como foi retirado da casa onde morava havia seis anos. “Peço a Deus para que nunca mais aconteça isso comigo. Foi tudo muito rápido, na base do tiro. Uma humilhação muito grande.”
Hoje, ele é vizinho do também pedreiro Aguinaldo de Jesus Santos, de 45 anos, que lembra com tristeza da ação policial. “Tinha helicóptero em cima e polícia cercando o terreno. Eles jogaram muitas bombas. Mesmo quem queria sair não conseguia.”
Por O Estado de S. Paulo
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