Brasília - O governo brasileiro tem interesse em avançar rapidamente
na direção de um acordo entre Mercosul e a União Europeia, disse ontem
(23) o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Fernando Pimentel. As negociações para um acordo birregional estão
interrompidas desde 2004. O ministro deu as declarações durante o
encerramento do 6° Encontro Empresarial Brasil-União Europeia,
iniciativa de empresários brasileiros e europeus. Amanhã (24), será
realizada a Cúpula Brasil-União Europeia, com participação da presidenta
Dilma Rousseff e dos líderes do bloco econômico.
Pimentel destacou que o país deseja o acordo entre os blocos
sul-americano e europeu, mas tem de buscar acordo com os outros países
do Mercosul. O grupo reúne Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e
Paraguai, este último suspenso até abril. O ministro abordou também a
crise internacional. Segundo ele, o Brasil acompanha "com interesse" o
desdobramento das políticas europeias no enfrentamento da crise
econômica. "Para a estabilidade econômica do mundo, é fundamental que a
União Europeia recupere sua economia, atravesse o momento de crise",
disse.
O ministro recebeu uma declaração conjunta da Confederação Nacional
da Indústria (CNI) e das organizações europeias Business Europe e
Eurochambre pedindo políticas para melhora nas relações de comércio
entre o Brasil e o bloco europeu. No documento, os representantes do
setor privado brasileiro e europeu pedem a remoção de barreiras
protecionistas ao comércio, a conclusão do acordo Mercosul-União
Europeia, estabelecimento de parcerias para inovação e cooperação em
fóruns econômicos como o G20 (grupo das maiores economias do mundo) para
desestimular a guerra cambial.
O vice-presidente da CNI, Paulo Tigre, pediu o encaminhamento da
declaração à presidenta Dilma Rousseff. Inicialmente, a assessoria de
comunicação da entidade havia informado que o documento seria entregue diretamente à presidenta durante a cúpula Brasil-União Europeia.
Por Agência Brasil
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