Nos últimos anos, sob comando do economista Otávio de Barros, o Bradesco
constituiu a maior equipe de economia entre as empresas privadas
brasileiras. Meticuloso com indicadores, Otávio montou um painel
minucioso dos principais indicadores nacionais e internacionais, e – o
diferencial – passou a trabalhar a enorme base de clientes do banco.
A partir dessa montanha de informações, o Departamento de Economia chegou ao seguinte consenso:
O pibinho de 2012 se deveu a um conjunto inédito de fatores negativos.
Os principais fatores (que não deverão se repetir) foram:
Seca no Nordeste e do sul, detonando o PIB agrícola.
Crise no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), devido aos escândalos, paralisando os investimentos em infraestrutura.
A implantação abrupta de novos padrões de motores, praticamente paralisando a venda de caminhões.
Endividamento do setor sucroalcooleiro, paralisando a produção de álcool.
Queda brutal na produtividade da Bacia de Campos que, de repente, passou a 70% da capacidade anterior.
Queda brusca das exportações para a Argentina.
Os apertos do Banco Central na Selic, em 2011, somados às medidas macro prudenciais, que acabaram afetando 2012.
Tais fatores teriam “roubado” de 0,8% a 1% do PIB.
O segundo ponto é a metodologia adotada pelo IBGE (aparentemente, em revisão). Segundo Otávio, os mesmos dados, se colocados no sistema que roda o PIB da OCDE (o grupo de países mais avançados), haveria no mínimo um ponto a mais no PIB e outro nas taxas de investimento.
Novo “normal”
Em 2013 e, especialmente em 2014, se colherão os frutos do novo padrão de política econômica implantado a partir de agosto de 2011.
O “novo normal”, na economia mundial, seria constituído dos seguintes fatores:
Crescimento moderado do crédito. Moderado porque mais cuidadoso, ao contrário do porre de 2010 e 2011.
Maior intervenção do Estado.
Menores taxas de retorno sobre o capital.
Crescimento baseado na produtividade e no investimento, e não mais no consumo.
No caso brasileiro, a posição do governo Dilma, segundo Otávio, é a do território conquistado em batalha, portanto irreversível. O “território” em questão consiste na taxa Selic civilizada, nos aportes no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), câmbio mais competitivo, redução dos impostos, do custo de energia e dos encargos trabalhistas.
O Bradesco trabalha com uma previsão de crescimento de 3,5% do PIB. Nas últimas semanas, os rumores de racionamento de energia fizeram o mercado derrubar um pouco a projeção.
Cenário internacional
Contribui para essa previsão a situação internacional. Os Estados Unidos já completaram as quatro etapas de entrada e saída da crise; a Europa estaria no terceiro quartil. O presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, teria operado uma impressionante reversão na ortodoxia, principalmente, do Bundesbank alemão. E a economia alemã já estaria refletindo essa situação.
Além disso, com a redução do risco sistêmico, a enorme injeção de liquidez na economia internacional poderá, finalmente, refletir-se na economia real.
A partir dessa montanha de informações, o Departamento de Economia chegou ao seguinte consenso:
O pibinho de 2012 se deveu a um conjunto inédito de fatores negativos.
Os principais fatores (que não deverão se repetir) foram:
Seca no Nordeste e do sul, detonando o PIB agrícola.
Crise no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), devido aos escândalos, paralisando os investimentos em infraestrutura.
A implantação abrupta de novos padrões de motores, praticamente paralisando a venda de caminhões.
Endividamento do setor sucroalcooleiro, paralisando a produção de álcool.
Queda brutal na produtividade da Bacia de Campos que, de repente, passou a 70% da capacidade anterior.
Queda brusca das exportações para a Argentina.
Os apertos do Banco Central na Selic, em 2011, somados às medidas macro prudenciais, que acabaram afetando 2012.
Tais fatores teriam “roubado” de 0,8% a 1% do PIB.
O segundo ponto é a metodologia adotada pelo IBGE (aparentemente, em revisão). Segundo Otávio, os mesmos dados, se colocados no sistema que roda o PIB da OCDE (o grupo de países mais avançados), haveria no mínimo um ponto a mais no PIB e outro nas taxas de investimento.
Novo “normal”
Em 2013 e, especialmente em 2014, se colherão os frutos do novo padrão de política econômica implantado a partir de agosto de 2011.
O “novo normal”, na economia mundial, seria constituído dos seguintes fatores:
Crescimento moderado do crédito. Moderado porque mais cuidadoso, ao contrário do porre de 2010 e 2011.
Maior intervenção do Estado.
Menores taxas de retorno sobre o capital.
Crescimento baseado na produtividade e no investimento, e não mais no consumo.
No caso brasileiro, a posição do governo Dilma, segundo Otávio, é a do território conquistado em batalha, portanto irreversível. O “território” em questão consiste na taxa Selic civilizada, nos aportes no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), câmbio mais competitivo, redução dos impostos, do custo de energia e dos encargos trabalhistas.
O Bradesco trabalha com uma previsão de crescimento de 3,5% do PIB. Nas últimas semanas, os rumores de racionamento de energia fizeram o mercado derrubar um pouco a projeção.
Cenário internacional
Contribui para essa previsão a situação internacional. Os Estados Unidos já completaram as quatro etapas de entrada e saída da crise; a Europa estaria no terceiro quartil. O presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi, teria operado uma impressionante reversão na ortodoxia, principalmente, do Bundesbank alemão. E a economia alemã já estaria refletindo essa situação.
Além disso, com a redução do risco sistêmico, a enorme injeção de liquidez na economia internacional poderá, finalmente, refletir-se na economia real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário