sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Superprodução de Spielberg, Lincoln mostra luta de presidente pelo fim da escravidão


Filme com mais indicações ao Oscar 2013 – 12 –, o novo e épico longa-metragem dirigido por Steven Spielberg, Lincoln, a megaprodução que chega aos cinemas brasileiros hoje  (25). Trata-se do retrato de um momento específico da vida política de um dos mais controversos e admirados presidentes dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, e sua ativa participação na luta pelo fim da escravidão no país. Porém, os maiores destaques da produção estão mesmo na primorosa atuação de Daniel Day-Lewis e Tommy Lee Jones, e na precisa restituição de época.

Abraham Lincoln nasceu em Hodgenville, em 12 de fevereiro de 1809 e foi o 16º presidente dos Estados Unidos, assumindo o posto em março de 1861 e ficando no poder até abril de 1865, quando é assassinado. Entre seus principais méritos, estão ter administrado a crise interna provocada pela guerra civil e conseguido abolir a escravidão, mesmo que para isso tenha utilizado de meios controversos e corruptos. Parecia valer ali a máxima de que os fins justificavam os meios.

É justamente o que retrata a cinebiografia baseada no livro Team of Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln, dando maior atenção para a votação em janeiro de 1865, na Câmara dos Deputados, de uma emenda à Constituição dos Estados Unidos, e os fatos que antecederam a ela. Há de se destacar aqui a esplêndida reprodução do congresso. Era necessário convencer alguns republicanos radicais, principalmente dos estados de fronteira, a mudarem de opinião a respeito da necessidade de abolir a escravidão, mesmo que lhes fossem prestados alguns “favores” regionais.

Em meio a tantas guerras políticas e pressões que acabam resultando em seu assassinato, Lincoln conta com o apoio da família, principalmente da Primeira-Dama Mary Todd Lincoln (a ótima Sally Field) e do Congressista Thaddeus Stevens (o igualmente ótimo Tommy Lee Jones). Ao mesmo tempo, há cenas cativantes da relação afetuosa do presidente dos Estados Unidos com seu filho mais velho, Robert Todd Lincoln, interpretado por Joseph Gordon-Levitt, que deseja se alistar na guerra.

É a dualidade da personalidade desse líder político, em um momento-chave da história dos Estados Unidos e a precisa reconstituição de época, que dá força à interpretação primorosa de Daniel Day-Lewis, muito mais do que o fato de ele ter ficado muito parecido ou não com o presidente. Esse também é o grande mérito das atuações de Sally Field e Tommy Lee Jones, merecidamente indicados, respectivamente, ao Oscar de melhor atriz coadjuvante e melhor ator coadjuvante. As outras indicações são de melhor filme, direção (Steven Spielberg), roteiro adaptado, fotografia, figurino, trilha sonora original, mixagem de som, design de produção e edição. Isso não impede, no entanto, que o filme se torne arrastado em muitos momentos.

Por Rede Brasil Atual

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