Você vai ler agora um caso revoltante de mau uso do dinheiro público. No interior de São Paulo,
a equipe do Bom Dia Brasil flagrou uma ambulância, que deveria
transportar pacientes em caso de emergência, sendo usada como carro de
mudança.
O que faz uma ambulância de Meridiano, interior de São Paulo, parada em uma avenida em Taguatinga, cidade-satélite do Distrito Federal?
O veículo não está em frente a um hospital ou posto de saúde, como
deveria. No carro não há qualquer equipamento para atendimento médico e
sim malas, sacolas e roupas. O motivo é logo esclarecido pela
passageira.
“A ambulância está fazendo mudança”, diz a mulher.
O motorista Cláudio Franqueira, que é funcionário da prefeitura, tenta
se explicar. “Nós somos do estado de São Paulo. Essa menina não está bem
e nós viemos buscar ela”.
Mas acaba admitindo: “Estava morando aqui, desempregada, e foi o recado
para a mãe no estado de São Paulo que a menina estava doente. A
ambulância é para levar pessoas em estado grave, mas eu vim buscar ela.
Olha a situação dela. Ela está em estado grave de saúde, é caso de vida
ou morte”.
A própria passageira desmente: “Não tenho nada de mais”.
A ambulância percorreu, entre ida e volta, quase dois mil quilômetros.
“Foi alegado que a paciente precisava de uma maca porque ela não tinha
cindições de ir sentada. Então foi por isso que foi enviada a ambulância
e agora os pertences dela, que seriam meia dúzia de peças de roupa. Eu
acho que não haveria problema nenhum”, diz José Augusto Finotti, diretor
de saúde de Meridiano.
O prefeito Aristeu Baldin disse que não sabia de nada. “A gente deveria
ter pego no momento algum documento do médico, um laudo, mas não sei se
tinha na hora”.
Mas agora ele, o diretor de saúde e o motorista da ambulância vão ter
que se explicar ao Ministério Público. Se ficar comprovado o uso
irregular da ambulância, o prefeito de Meridiano vai responder processo e
terá que devolver todo o dinheiro gasto com a viagem.
“A seção de ambulâncias só nos casos de emergência e que tenha a
finalidade hospitalar. No caso, pela reportagem, a princípio parece que
isso não ocorreu”, aponta o promotor de justiça Daniel Azadinho.
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