Existe uma maneira confiável de (tentar) prever o ganhador do Oscar de
Melhor Filme: avaliar premiações dos principais sindicatos do cinema
americano. Eles reúnem produtores, diretores, atores e roteiristas. O
candidato que predomina nas cerimônias promovidas por essas entidades
vira favorito à estatueta mais cobiçada da Academia de Artes e Ciências
Cinematográficas de Hollywood.
Mas em 2014 está difícil antecipar quem vai levar a estatueta mais
cobiçada da noite. Ninguém sobressaiu nos prêmios centrais do Screen
Actors Guild (SAG, de atores), Directors Guild of America (DGA, de
diretores), Producers Guild of America (PGA, de produtores) e Writers
Guild of America (WGA, de roteiristas). Profissionais sindicalizados
integram a Academia, que distribuirá prêmios no dia 2 de março.
Dos nove filmes indicados, cinco foram lembrados nas premiações dos
sindicatos. "12 anos de escravidão", "Gravidade", "Trapaça", "Capitão
Phillips", "Clube de compras Dallas", "Ela", "Nebraska", "Philomena" e
"O lobo de Wall Street" disputam neste ano.
No PGA, por exemplo, aconteceu o primeiro empate da história da
cerimônia: “Gravidade” e “12 anos de escravidão” saíram vitoriosos, o
que só reforça o aspecto incomum da atual disputa. “Gravidade” também
foi lembrado pelo DGA, que deu a distinção de melhor diretor a Alfonso
Cuarón. E só. Nada de domínio amplo.
Ao contrário do ano passado, quando “Argo” gabaritou nos sindicatos e chegou ao Oscar como favorito. Não deu outra: vitória. Em temporadas recentes, a tendência vem sendo esta. Ganha quem acumula mais estatuetas nos sindicatos (veja no infográfico abaixo como se saíram nos prêmios dos sindicatos os últimos dez ganhadores do Oscar).
Nos últimos dez anos, só duas vezes não foi respeitada a "regra" de que
invencibilidade ou amplo predomínio nas premiações "prévias" rende um
Oscar de Melhor Filme. Em 2006, “O segredo de Brokeback Mountain” foi
lembrado por três sindicatos e, apesar disso, perdeu o Oscar para “Crash
– No limite”. No ano seguinte, aconteceu a mesma coisa com "Pequena
miss Sunshine", derrotado por "Os infiltrados".
Já em 2005 não teve um destaque nas premiações dos sindicatos: a
estatueta da Academia ficou com “Menina de ouro”, mas poderia ter ficado
com “Sideways – Entre umas e outras”, vencedor em dois sindicatos. Foi o
cenário mais parecido com o atual no período.
Fonte: G1, São Paulo
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