O esquema de cartel montado para obter contratos de trem e metrô com
governos tucanos em São Paulo, desde a gestão de Mario Covas (1998) pode
ter pago mais de R$ 197 milhões em propina. A informação consta no
depoimento da testemunha-chave da investigação, o ex-diretor da
multinacional Siemens Everton Rheinheimer, obtido pela Folha de S. Paulo.
Três secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB) são citados como
destinatários do suborno: o chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, o
secretário de Energia, José Aníbal e o hoje secretário do
Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia (DEM).
Segundo o ex-diretor, a Siemens e seus parceiros pagaram 9% para
fornecer trens à linha 5 do Metrô em 2000, um contrato de R$ 1,57
bilhão, em valores atualizados.
O caso está nas mãos do STF, mas o juiz federal Marcelo Cavali
classificou como frágeis os indícios de que eles receberam propina.
Rodrigo Garcia pediu ao Supremo a exclusão de seu nome do inquérito.
Na petição enviada ao relator do inquérito, ministro Marcos Aurélio, o
advogado Alexandre de Morais diz que não foi apontado a participação de
Garcia nos fatos durante investigação na Justiça em São Paulo. “Não há
qualquer indício que possa caracterizar as necessárias elementares de
qualquer tipo penal que pudesse vir a ser investigado, somente existindo
meras ilações, criações fantasiosas de alguém que pretende se
beneficiar de delação premiada, mas desde o início, informando não ter
qualquer prova material contra o deputado federal [licenciado] Rodrigo
Garcia”.
No entanto, Rheinheimer e o lobista Arthur Teixeira apontam Garcia como o ponto de contato político do esquema.
Além disso, um novo nome foi apontado nas investigações. A
Corregedoria-Geral de Administração do Estado ligou nesta quinta-feira o
secretário de Infraestrutura municipal, Osvaldo Spuri, ao cartel. Spuri
é funcionário afastado da CPTM e foi o presidente da comissão de
licitações em concorrência na qual a alemã Siemens diz ter havido
formação de cartel. Ele participou de licitações na CPTM nas gestões de
Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.
Por: Brasil 247
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