Em linhas
gerais, a população e a produção econômica têm se concentrado cada vez mais na Macrometrópole de São Paulo, com perdas equivalentes para as demais regiões do Interior do estado. Em 2003, a Macrometrópole possuía 72,3% da população do
estado e 80,2% do PIB paulista. Em 2010,
esta região já possuía 72,6% da população e 81,8% do PIB. Outra constatação
geral é que no período 2003/2010, a concentração econômica na Macrometrópole de
São Paulo foi maior do que a concentração populacional, uma vez que esta região
ganhou 1,54% na participação econômica do estado e 0,27% na participação
populacional. Na prática, a situação econômica orienta os fluxos populacionais,
uma vez que as regiões mais dinâmicas, do ponto de vista econômico, seguem
gerando maiores oportunidades no mercado de trabalho e atraindo a população.
Combinando
as dinâmicas econômicas e populacionais, enquanto o PIB nominal percapta na
Macrometrópole cresceu 103,19% entre 2003 e 2010 – passando de R$ 16,8 mil por
habitante para R$ 34,1 mil, nas regiões do Interior do estado, “fora da Macrometrópole”,
este crescimento do PIB nominal percapta foi de apenas 86,3%, passando de R$
10,8 mil por habitante para R$ 20,1 mil. No estado como um todo, a variação foi
de 100% no período, passando de R$ 15,1 mil por habitante para R$ 30,3 mil.
Diante
desta constatação mais geral, os investimentos públicos do governo Alckmin no
biênio 2011/2012 poderiam se apresentar como uma ferramenta de desconcentração do
desenvolvimento econômico e social em São Paulo, criando novas oportunidades econômicas
nas regiões do Interior e reduzindo a “pressão populacional” por serviços públicos
na Macrometrópole paulista. Não foi isso, porém, o que vimos acontecer.
Absorvidos
por uma administração pública e orçamentária ainda profundamente centralizadas
na capital do estado – falta de regionalização da gestão pública e das informações
– e por antigas demandas de investimentos que não conseguiram sequer romper os
limites da cidade de São Paulo (como no caso das obras de expansão do Metrô),
os investimentos públicos do Orçamento Geral do Estado neste biênio acabaram
direcionados em 74,6% para a Macrometrópole e 25,4% para as demais regiões do
Interior, numa concentração dos investimentos públicos superior à dinâmica da
concentração populacional.
É óbvio
que em termos absolutos, os investimentos públicos teriam que ser maiores na Macrometrópole,
por conta do “adensamento urbano” e do consequente aumento do custo nas
intervenções públicas. Porém, fossem os investimentos públicos orientadores de
uma dinâmica de desconcentração econômica e populacional no território
estadual, estes poderiam ser direcionados mais intensamente para o Interior do
estado. No entanto, a realidade é outra. O governo Alckmin, durante o biênio
2011/2012, investiu R$ 343 no cidadão que mora na Macrometrópole de São Paulo e
R$ 310 no cidadão que mora fora desta região, reforçando a dinâmica de concentração
econômica e populacional no território estadual.
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