Autor: Fernando Brito
A oposição brasileira – tanto Aécio Neves quanto Eduardo Campos e até
Marina Silva, que cobriu de elogios a santidade do “tripé econômico” –
vive pregando mais ortodoxia na direção da economia e reclamando da
“criatividade” da condução de nossas políticas fiscal e financeira.
Às vesperas da reunião do Forum Econômico Mundial, em Davos, na
Suíça, a Organização Mundial do Trabalho divulgou estudo estimando que o
mundo tem, hoje, 62 milhões de empregos a menos que antes da crise de
2008. E um total de nada menos que 202 milhões de pessoas que estão sem
trabalho.
O Brasil, com suas políticas “desastrosas” (segundo a mídia), na contramão do mundo, criou 10 milhões de empregos formais de 2007 a 2012.
Enquanto
a imprensa, tortuosamente, usa a nova pesquisa de desemprego do IBGE –
que muda a base de apuração das regiões metropolitanas, como sempre fez,
para toda o território – para sugerir que o desemprego aumentou, os
números da OIT, mesmo usando uma estimativa superior à taxa oficial,
mostra que o desemprego vem caindo constantemente desde 2008 (de 8,3%
para 6,6%). E que o nosso país é, por conta da oferta de empregos, um
dos que tem menos tempo em que o trabalhador fica desempregado, como
você vê no gráfico aí ao lado.
Segundo a reportagem do correspondente do Estadão, Jamil Chade, “a
crise mundial gerou uma concentração de renda inédita no mundo rico nos
últimos 70 anos”.
Os números são escandalosos.
“Meia década depois do colapso dos mercados, os ricos estão mais
ricos e a luta contra a pobreza sofreu forte abalo. Hoje, 1% da
população mundial tem metade da riqueza global. (…)uma elite composta
por apenas 85 indivíduos controla o equivalente à renda de 3,5 bilhões
de pessoas no mundo”
“O que a OIT registrou ainda é que os esforços de redução da
pobreza foram afetados pela crise. Em média, o número de pessoas que
ganhavam menos de US$ 2 por dia caía em média 12% ao ano. Em 2013, a
redução foi de apenas 2,7%.(…)Segundo a OIT, 375 milhões de pessoas
ganham menos de US$ 1,25 por dia. Outros 839 milhões ganham menos de US$
2.
E o Brasil, de novo na contra-mão.
Aí ao lado, vai o gráfico de redução do número de brasileiros que viviam abaixo das linhas de pobreza e extrema pobreza segundo os índices da ONU, em dólar (por paridade do poder de compra em moeda nacional) e nos níveis fixados em 2011 pelo Plano Brasil Sem Miséria (R$ 140 e 70, corrigidos pelo INPC desde a data de criação).
Aí ao lado, vai o gráfico de redução do número de brasileiros que viviam abaixo das linhas de pobreza e extrema pobreza segundo os índices da ONU, em dólar (por paridade do poder de compra em moeda nacional) e nos níveis fixados em 2011 pelo Plano Brasil Sem Miséria (R$ 140 e 70, corrigidos pelo INPC desde a data de criação).
É só olhar e ver como isso se acelera desde 2004 e continua a se
reduzir, mesmo com todas as dificuldades econômicas que uma crise
mundial gera para um país dependente como é o Brasil.
No próprio Estadão, a Oxfam, que realizou a pesquisa com a OIT, o
Brasil, teve um ”significativo sucesso” em reduzir as desigualdades
“graças a investimentos públicos e aumento de salário mínimo em mais de
50% desde 2003″.
Deixei para o final um gráfico muito interessante contido no
relatório da OIT , que mostra como foi o crescimento econômico do país
que permitiu isso, uma vez que nenhuma medida de acréscimo de impostos
sobre as rendas e receitas de pessoas e empresas foi tomada e que,
portanto, a renda dos mais ricos não apenas não foi afetada.
É o crescimento do PIB brasileiro desde a crise.
A seta pequena indica onde ele deveria estar, se mantidas as taxas de
crescimento anteriores a 2007 e a barra azul o quanto de fato cresceu.
Será que o que se mostra ali é um crescimento “pífio” como alegam os “sabidos”?
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