Em todo o Brasil foram criados 131.557 empregos com carteira assinada no mês de maio, equivalentes a crescimento de 0,41% em relação ao estoque do mês anterior. Esse aumento foi o melhor resultado mensal para o ano de 2009 e representou o quarto mês consecutivo de expansão, confirmando o quadro de recuperação dão emprego iniciado em fevereiro.
O número de admissões no mês foi de 1.348.575, o segundo maior da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), dados divulgados hoje pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, em coletiva em Brasília.
"É a primeira vez este ano que todos os setores da economia em todas as regiões do país apresentam saldo positivo de emprego. É a prova de que a recuperação está acontecendo de forma coerente, permanente e segura", analisou Lupi.
Nos cinco primeiros meses de 2009, verificou-se o incremento de 180.011 postos de trabalho, representando uma expansão de 0,56%, tomando como referência o mês de dezembro de 2008.
Nos últimos 12 meses, o emprego formal elevou-se em 1,84%, resultante da criação de 580.269 postos de trabalho. Entre janeiro de 2003 a maio de 2009 foram gerados 7,9 milhões de postos de trabalho no país.
"O Brasil vê a crise pelo espelho retrosivor. O governo insiste em medidas de incentivo à economia, baixando os juros e incentivando o crédito. Em breve teremos baixa nas taxas das linhas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Isso vem garantindo o consumo interno; e já na virada do semestre temos mostras do aumento da demanda nos setores de exportação", comentou o ministro.
Hoje no país, 32.173.313 trabalhadores possuem carteira assinada, mais pessoas com direitos como INSS, 13º salário, férias remuneradas, seguro-desemprego.
Setores
Os dados mostram expansão generalizada, merecendo destaque a Agricultura, os Serviços, a Construção Civil e o Comércio. A Agricultura foi responsável pela geração de 52.927 postos de trabalho (+3,36%), evidenciando um desempenho mais favorável comparativamente ao verificado em maio de 2008 (+47.107 postos ou +2,89%). Tal comportamento se deu por variáveis de cunho sazonal (cultivo de cana-de-açúcar e café no centro-sul do país) e conjuntural, que possibilitaram a continuidade do processo de recuperação iniciado em fevereiro de 2009.
O setor Serviços respondeu pela criação de 44.029 postos, o quinto maior saldo da série para o período, representando uma elevação de 0,34% no estoque de emprego. Esse desempenho decorreu do aumento de todos os segmentos que compõem o setor, com destaque para Serviços de Alojamento, Alimentação e Reparação (+16.140 postos ou +0,35%, o terceiro maior saldo da série do Caged), Serviços de Comércio e Administração de Imóveis (+8.582 postos ou +0,25%), Serviços de Ensino (+7.656 postos ou +0,62%) e Serviços Médicos e Odontológicos (+7.335 postos ou +0,55%), sendo que os saldos destes dois últimos segmentos foram recordes para o período na série histórica do Caged. O segmento das Instituições Financeiras, apesar de apresentar uma geração modesta de empregos (+238 postos de trabalho, ou 0,04%), mostrou uma reação em relação aos resultados dos últimos meses.
A Construção Civil, com a geração de 17.407 postos (+0,88%), apresentou o segundo melhor saldo em toda a série do Caged para o período e o melhor desempenho de 2009, constituindo o quinto mês consecutivo de crescimento.
O setor Comércio deu sequência à recuperação iniciada no mês anterior, ao gerar 14.606 postos de trabalho (+0,21%), resultado superior ao verificado no mês de abril de 2009 (+5.647 postos, ou +0,08%). Esse desempenho foi oriundo de elevações do emprego, pela primeira vez no ano, nos seus dois segmentos (Varejo: +13.820 postos; Atacado: + 786 postos).
A Indústria de Transformação registrou relativa estabilidade, ao responder pelo incremento de 700 postos de trabalho (+0,01%), indicando, contudo, o segundo mês consecutivo de resultado positivo no ano. Dos doze ramos que compõem o setor, cinco obtiveram saldo positivo, com destaque para a Indústria de Produtos Alimentícios (+13.382 postos ou +0,74%), com resultado superior ao ocorrido em maio de 2008 (+11.103 postos ou +0,61%), e a Indústria Têxtil (+2.124 postos ou +0,22%), com saldo positivo pelo segundo mês consecutivo no ano. As Indústrias Metalúrgica (-5.499 postos ou -0,78%) e Mecânica (-2.917 postos ou -0,58%) mantiveram suas trajetórias negativas, porém num ritmo menos acentuado comparativamente aos resultados do mês anterior (-9.025 e -5.650 postos, respectivamente).
Regiões
No recorte geográfico, todas as cinco regiões obtiveram acréscimo no número de empregos, e evidenciaram pela primeira vez resultado positivo. No Sudeste foram 100.020 postos novos (+0,56%), 13.731 vagas no Nordeste (+0,29%), 7.233 no Centro-Oeste (+0,31%), 5.534 no Sul (+0,09%) e 5.039 postos no Norte (+0,39%).
Estados - Em termos de Unidades da Federação, dezoito apresentaram desempenho positivo, das quais Rondônia (+5.361 postos) obteve resultado recorde para toda a série do Caged, Acre (+443 postos) ficou com o terceiro melhor resultado para o período e Espírito Santo (+10.061 postos) ficou com o segundo melhor saldo para o período e terceiro melhor saldo em toda a série do Caged. Em valores absolutos, merecem destaque São Paulo (+44.521 postos), Minas Gerais (+37.518 postos) e Paraná (+11.682 postos). Por outro lado, os estados do Rio Grande do Sul (-4.076 postos) e Santa Catarina (-2.072 postos) foram os destaques negativos no período.
Interior x áreas metropolitanas - As Regiões Metropolitanas registraram elevação de 0,26% no nível de emprego, em relação ao mês anterior, o que correspondeu a um incremento de 34.202 postos de trabalho, resultado menor que o registrado para o conjunto dos municípios do interior desses aglomerados urbanos (+79.218 postos ou +0,68%), cujo dinamismo está associado, em grande parte, à cadeia sucroalcooleira da região centro-sul do país. Destacaram-se os interiores dos estados de Minas Gerais (+32.621 postos ou +1,56%) e São Paulo (+31.472 postos ou +0,63%). Nas Regiões Metropolitanas o destaque ficou para São Paulo (+13.049 postos ou +0,23%).
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