segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

SALÁRIO MÍNIMO REDUZ CRISE

Reajustado neste mês em 6,4% em termos reais, o novo salário mínimo de R$ 465 injetará diretamente na economia R$ 21 bilhões pelos cálculos do Ministério do Trabalho e será um importante instrumento de política anticíclica nestes tempos de crise, segundo especialistas. Permitirá, dizem, manter algum dinamismo em setores que dependem da expansão da renda, como o de alimentos.
Para Fábio Romão, economista da LCA, o aumento do mínimo, aliado à inflação menor neste ano, vai sustentar o consumo de alimentos e outros bens semi e não-duráveis (como roupas, calçados e produtos de limpeza e de higiene pessoal) e amortecer o impacto da crise tanto na produção como no emprego. O reajuste real também terá mais peso nas regiões onde a penetração do mínimo é maior, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Antes mesmo do aumento total de 12,05% do mínimo, o desempenho dos setores ligados à renda já destoava do resto. De outubro a dezembro, a indústria geral registrou tombo sem precedentes em crises anteriores, de 19,8%. Mas, em alimentos, a queda foi suave -0,7%, a menor dos ramos.
Só registraram expansão bebidas (0,2%), também dependente da renda, e outros veículos automotores (20,1%), por causa da fabricação de aviões encomendados antes da crise, contra queda de 54% na produção de veículos, diz o IBGE.
Isabella Nunes, do IBGE, diz que os ramos ligados à renda já tiveram resultados um pouco melhores nos três últimos meses de 2008 -quando a indústria sentiu, progressivamente, o forte baque da crise.
"A indústria desabou em dezembro, mas a renda ainda sustenta um pouco os não-duráveis." Em dezembro, a produção da indústria geral caiu 14,5% ante dezembro de 2007 -a maior retração desde 1991. Naquele mês, outro ramo ligado à renda, a indústria farmacêutica, cresceu 11,7%.
Para Nunes, uma eventual estabilidade do mercado de trabalho e o efeito do reajuste do salário mínimo jogarão um papel importante para definir o rumo da economia neste ano.
Já Romão vê o mínimo como um "amortecedor" da crise, mas que não impedirá uma desaceleração do ritmo da atividade. Regionalmente, os Estados do Nordeste já registraram em dezembro resultados "menos ruins", diz Romão, justamente por causa do maior peso das indústrias de semi e não-duráveis. Tiveram recuos abaixo da média de 14,5% as indústrias de Pernambuco (-6,2%) e Ceará (-3,9%). Goiás registrou expansão -1,1%-, impulsionado pela indústria de alimentos, cujo peso é de 66% no Estado.
"Sentiremos a crise, mas menos que os outros setores. A produção deu pequena desacelerada, mas estamos otimistas. A indústria de alimentos deve crescer 3% no ano, e o aumento real do mínimo ajudará o consumo", diz Denis Ribeiro, da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação).
Segundo Ciro Mortella, presidente da Febrafarma (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica), o setor ainda não sente o impacto da crise na produção, mas também não deve ficar inume. "Seremos afetados, mas em menor escala."

Folha de S. Paulo

Lula: Brasil vai se transformar em um grande produtor e exportador de pescado

Ao comentar visita ao estado de Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (16) que espera que o Brasil seja não apenas auto-suficiente na produção de peixes, como um grande exportador da indústria de pescado. Em Recife, ele visitou, na semana passada, a primeira fazenda marítima brasileira.

“Em alguns anos, vamos nos transformar em um grande produtor de pescado. Hoje, o povo brasileiro come, em média, sete quilos de peixe per capita por ano. Outros países comem nove, dez, até 12 quilos. Precisamos pescar mais para incentivar o povo brasileiro a comer mais peixe e para que a gente possa fazer com que o Brasil tenha na sua balança comercial um saldo positivo, exportando pescado para o mundo desenvolvido.”

Em seu programa semanal Café com o Presidente, ele destacou que a expectativa é de que sejam produzidas 10 mil toneladas de peixes “genuinamente brasileiros” por meio de 48 tanques instalados na fazenda marítima de Recife. Segundo Lula, o governo pretende ainda capacitar pescadores artesanais da região para a criação de espécies como o bijupirá.

“Fizemos um marco regulatório que esperou 15 anos e agora estamos tanto nos rios, nas represas e nas hidrelétricas quanto no mar, autorizando áreas para que as pessoas possam criar peixes. O benefício maior é o conhecimento científico e tecnológico do Brasil em uma área nova. Espero que outros exemplos aconteçam em outros estados para que o Brasil possa se tornar um grande produtor de peixe.”

Sobre sua visita ao Ceará, o presidente afirmou que mais de mil famílias estão assentadas na região e usufruindo da plantação de mamão, de girassol e também da produção de peixes. A renda mensal, segundo Lula, chega a quase R$ 800. “Você tem sempre alguma coisa para estar vendendo no mercado”, disse ele.

“É um exemplo que queremos continuar incentivando no Brasil. É por meio dessas coisas que você leva para os pequenos produtores, nos lugares mais longínquos do Brasil, que você consegue ter o desenvolvimento e dar um salto de qualidade na vida das pessoas

Transnordestina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou durante o programa que o início das obras da ferrovia Transnordestina representa “uma revolução” no Nordeste brasileiro.Ele lembrou que o projeto envolve vários estados por meio da construção de 1.728 quilômetros de ferrovia.

“Por ali você vai transportar toda a produção da região, de um estado para outro. Por trás da ferrovia, vê-se o desenvolvimento das cidades. Como queremos gerar emprego e distribuir renda, ficou acertado que vamos trabalhar o mais intensamente possível para entregar a rodovia. Gerar empregos e renda em uma região que precisa”, afirmou Lula.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Aprovação de Lula chega a 84% e bate novo recorde histórico, mostra pesquisa

Pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira (3) mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu uma nova aprovação recorde da população. Segundo o levantamento, 84% aprovam o desempenho pessoal do presidente. É a melhor avaliação já atingida por um ocupante da presidência desde o início da pesquisa, em 2001.

Na última pesquisa, em dezembro passado, a avaliação pessoal de Lula era de 80,3%. Quando Lula assumiu o governo, em janeiro de 2003, sua aprovação pessoal era de 83,6%.
A avaliação do governo Lula também bateu recorde. O levantamento revela que, para 72,5% dos entrevistados, a gestão do presidente é positiva, o que aponta para um aumento de 1,4 ponto percentual em relação ao levantamento anterior.

Na outra ponta, apenas 6,4% dos entrevistados consideram o governo negativo. Para 21,5% do público, é regular.
A série histórica da pesquisa destacou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nunca conseguiu manter a rejeição a seu governo abaixo do 23%.

Otimismo
A pesquisa mostra ainda que, apesar do intenso noticiário sobre os efeitos da crise internacional no país, a maioria dos brasileiros se mostra otimista quanto ao futuro. De acordo com as respostas de 2 mil entrevistados, 65,4% acham que o ano de 2009 será melhor que o de 2008. Somente 17,7% acreditam que o ano que vem será igual a 2008, enquanto 12,4% responderam acreditar que será pior.
Segundo a pesquisa, 57% dos brasileiros têm acompanhado a crise financeira mundial. Destes, 37,9% dos entrevistados dizem que o Brasil está preparado para lidar com o problema, e 40% pensam o contrário.
Quando a pergunta é se o país sairá fortalecido da crise em relação a outros países, 41,9% responderam que sim, enquanto 27,5% disseram que sairá enfraquecido e 20,1% consideram que o país continuará “igual”.

A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 12 de dezembro. Foram entrevistadas 2.000 pessoas em 136 municípios de 24 estados. A margem de erro é de três pontos percentuais.