quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Novo teto para entrada no Bolsa Família elevará em 1,3 milhão número de atendimentos

O aumento no teto da faixa de renda para ingressar no Bolsa Família vai representar 1,3 milhão a mais de famílias beneficiadas neste ano, segundo informou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O governo decidiu na quarta-feira (28) elevar de R$ 120 para R$ 137 o limite de renda mensal per capita das famílias beneficiadas.Com isso, em 2009, o governo gastará com o programa R$ 549 milhões a mais. O total que seria pago pelo Bolsa Família neste ano, calculado em R$ 11,8 bilhões, passou, com aumento, para R$ 12,3 bilhões.

Atualmente, 11 milhões de famílias são beneficiadas pelo Bolsa Família. Com o aumento, o programa passará a abranger 12,3 milhões no decorrer deste ano. A inclusão das novas famílias será feita de forma escalonada. Em maio, serão incluídas 300 mil. Em agosto, 500 mil e mais 500 mil em outubro.

A decisão política de ampliar o programa foi tomada hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Também estavam presentes os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, além de técnicos da área econômica.

O governo mexeu no valor da renda, mas não alterou o valor do benefício pago. Continua valendo o benefício básico de R$ 62 para as famílias consideradas miseráveis, com renda mensal de até R$ 60 por pessoas.

O benefício variável de R$ 20 foi mantido para as famílias com renda mensal per capita de até R$ 137. Pago às famílias com filhos de até 15 anos, no limite de até três filhos nessa faixa etária, o benefício é complementar aos valores estabelecidos pelo programa, que variam de R$ 20,00 a R$ 182,00.

O governo também manteve o benefício variável vinculado ao adolescente, equivalente a R$ 30. Esse valor é pago a todas as famílias do programa com adolescentes de 16 e 17 anos matriculados na escola – o limite é de até dois filhos nessas condições.

Ainda não foi definido o mecanismo a ser utilizado para alteração da regra de acesso ao programa, nem quando o aumento da faixa se tornará oficial.


Agência Brasil

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Governo libera R$ 100 bilhões para BNDES financiar investimentos no país

O Diário Oficial da União desta sexta-feira (23) traz publicada a medida provisória que libera R$ 100 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na quinta-feira (22) decisão de se fazer o aporte de R$ 100 bilhões do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos vão beneficiar os projetos nos setores de gás, petróleo, energia elétrica, máquinas e equipamentos e investimentos industriais. Os projetos a serem aprovados pelo BNDES às empresas devem explicitar quantos empregos serão gerados.

“Os empresários que contavam com recursos no mercado internacional e não têm conseguido recursos por conta da crise financeira poderão recorrer ao BNDES”, disse. Com a liberação de recursos anunciada hoje, o BNDES terá um orçamento total de R$ 166 bilhões neste ano para operações de crédito.

Segundo o ministro, o dinheiro para o BNDES virá na forma de títulos públicos e de superávit financeiro do Tesouro, que receberá de volta o dinheiro no futuro. O superávit financeiro é o dinheiro que o governo economiza para pagar os juros da dívida pública (superávit primário), mas que fica parado no caixa.

O BNDES terá de pagar 70% dos R$ 100 bilhões com a correção de Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais um prêmio 2,5% ao ano, o que resulta numa taxa final de 10,75% ao ano. Os 30% restantes do aporte ao BNDES serão corrigidos pelo custo de captação de recursos do Tesouro Nacional no exterior (em torno de 6% ao ano). “É assim que enfrentamos a crise, com a manutenção de investimentos”, disse Mantega.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Salário Mínimo vai subir 12% !

O reajuste de 12% no salário mínimo nacional deve injetar cerca de R$ 27 bilhões na economia em 12 meses, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os cálculos, feitos pela entidade levam em consideração um contigente de mais de 43 milhões de pessoas que têm seu rendimento referenciado no mínimo.

A medida provisória autorizando o aumento dos atuais R$ 415 para R$ 465 a partir de 1 fevereiro pode ser assinada nos próximos dias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo sindicalistas que participaram de reunião com o governo na segunda-feira (19). "É uma boa notícia em tempos de turbulência. Trata-se de mais um elemento anticíclico da crise", comenta do coordenador de educação do Dieese, Nelson Karan.

Se confirmado, o novo valor garantirá um ganho real de quase 6%, o maior desde 2006, quando o aumento foi de 13,04%. No ano passado, essa variação foi menor, de 4%, com reajuste nominal de 9,21% e inflação de 4,98%, de acordo com dados do Dieese.

A combinação de aumento maior do salário mínimo e taxas menores de inflação deve evitar uma forte desaceleração do rendimento de 2008 para 2009. O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, prevê uma expansão de 2% para o rendimento do trabalho neste ano, após alta de 2,6% em 2008.

"Além disso, o período de competência do mínimo será antecipado de março em 2008 para fevereiro neste ano. Será um valor maior sendo pago antes", afirma. A expectativa é ainda de uma redução da pressão inflacionária neste ano. Após elevação de 5,9% no ano passado, o IPCA deve encerrar 2009 com uma alta de 4,8%.

A LCA prevê que o grupo alimentação e bebidas, que tem maior peso no orçamento da população de baixa renda, apresente aumento de 5,6% neste ano, ante taxa superior a 10% em 2009. "É claro que ritmo de atividade será menor. Na nossa avaliação, a indústria e a construção civil são os principais setores afetados, mas comércio e serviços devem desacelerar em menor proporção pois estarão apoiados no consumo interno", afirma.

Política de valorização
Com a elevação em 2009, o ganho real acumulado de abril de 2002 a fevereiro deste ano deve chegar 45%, resultado de um aumento nominal de 132% e uma inflação de 60%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo Karan.

O coordenador do Dieese afirma que a valorização do mínimo decorre das negociações feitas entre centrais sindicais e governo. Em 2007, ficou estabelecido que o salário mínimo passaria a ser reajustado pela inflação e o aumento pela variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Além disso, a política prevê a antecipação da data base de sua correção, a cada ano, até ser fixada em janeiro, o que acontecerá em 2010.

"Em 1995, o salário mínimo comprava uma 1,02 cesta básica. No ano passado, ele correspondia a 1,74 cesta. É uma diferença importante no poder de compra", afirma Karan.

Portal Terra

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Paulistão 2009

Soberano nas últimas cinco edições do Campeonato Brasileiro, quando arrematou a taça de campeão com Santos (2004), Corinthians (2005) e São Paulo (2006, 2007 e 2008), o futebol paulista é considerado um dos mais fortes do país. Por consequência, seu campeonato estadual figura entre os mais difíceis e equilibrados do território nacional.

Às vésperas do início de mais um Paulistão, os integrantes da elite, sejam eles os chamados ‘grandes’, como Santos, Palmeiras, Corinthians, Portuguesa e São Paulo, ou os ‘azarões’, como Marília, Botafogo, Barueri, São Caetano e Santo André, estão se movimentando para reforçar seus elencos e entrar com o pé direito na primeira competição oficial de 2009.

A ‘fonte’ mais explorada por grande parte dos times paulistas foi justamente um centro que há muito tempo não é rotulado como principal força do país, mais pela desorganização fora de campo do que pelos talentos que possui dentro das quatro linhas: o Rio de Janeiro.

À exceção do Palmeiras, que preferiu apostar nas revelações de Salvador e Curitiba, trazendo jogadores como Marquinhos, Williams, Keirrison e Maurício, mas tem no grupo os cariocas Wanderley Luxemburgo, Lenny e Diego Souza, os demais grandes do estado reforçaram seus elencos com jogadores que estavam na capital carioca na última temporada.

Para o técnico Wanderley Luxemburgo, os ‘novos paulistas’ têm tudo para fortalecer ainda mais o já alto nível do campeonato. “Acredito na adaptação rápida desses jogadores no futebol paulista, pois alguns deles, como são os casos do Washington e do Lúcio Flávio, já tiveram experiências em outros estados”, comentou, citando a passagem do novo centroavante do São Paulo e do meia contratado pelo Santos pelo futebol do Paraná.

“Os jogadores de outros estados, como do Nordeste, encontram mais dificuldades em São Paulo. Até pelo estilo de vida mais descontraído do carioca, é mais fácil a adaptação deles aqui”, completou o atual treinador tricampeão paulista.

Timão ‘Fenomenal’

Foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press
Ronaldo Fenômeno
Principal contratação do Corinthians, Ronaldo ainda deve demorar para estrear no Paulistão

O Corinthians, empolgado com o retorno à Série A do Brasileirão, dará ao Paulistão um sotaque não apenas carioca, mas ‘fenomenal’. Revelado pelo Social Ramos, Ronaldo ‘Fenômeno’, ainda juvenil, jogou pelo São Cristovão, de onde partiu para o Cruzeiro e, de lá, para conquistar fama mundial.

Apesar de não ter atuado profissionalmente por nenhuma equipe grande do Rio, o jogador é o principal ícone da ‘legião carioca’ que invadiu São Paulo ao final de 2008 e, sem dúvida, o grande nome do futebol paulista e brasileiro para a temporada.

Perto de fazer sua estreia nos campos paulistas, Ronaldo garantiu estar pronto para as cobranças. “Não tenho medo de atuar no futebol paulista. Jogarei sempre que o treinador me escalar, sem exigência nenhuma”, prometeu.

O ‘Fenômeno’ também não teme os gramados castigados que costumam caracterizar os duelos contra os times de menor expressão no Paulistão. “Sou humilde demais para me negar a jogar em qualquer campo. Quando eu era criança, jogava na rua, em cima do paralelepípedo e descalço. Perdia quase todas as unhas do pé”, brincou. “Além disso, na Europa também há muitos campos ruins”, completou o ex-atleta, que já desfilou seu talento por campos da Holanda, Itália e Espanha.

Ao seu lado, os conterrâneos Túlio e Jorge Henrique, ex-destaques do Botafogo, tentarão levar o Timão ao seu 26º título estadual. “Quando estava no Rio de Janeiro, eu tinha a clara impressão de que o futebol paulista era mais organizado. Sem dúvida, está mesmo à frente do futebol carioca. O futebol de São Paulo é o que tem o melhor nível e poder jogar aqui representa um orgulho e uma felicidade muito grande para mim”, admitiu Túlio.

Sua felicidade em defender o Corinthians é tanta que o jogador admitiu o desejo de encerrar sua carreira com a camisa do Alvinegro. “Tenho 32 anos e devo jogar futebol só por mais estes dois anos (tempo do contrato com o clube). Espero que eles sejam recheados de títulos, e, por isso, vim para o Corinthians, pois acredito que vamos brigar para ser campeões em todas as competições já em 2009”.

Base do algoz

Tricampeão nacional, o São Paulo foi buscar no maior algoz da temporada passada três nomes de peso para tentar abocanhar o título que não vê desde 2005. Do Fluminense, chegaram para reforçar o Tricolor do Morumbi o lateral-esquerdo Júnior César, o volante Arouca e o atacante Washington.

Agora ‘paulistas’, Júnior César e Arouca não têm dúvidas sobre a diferença entre o futebol de São Paulo e do Rio de Janeiro. “São Paulo é o centro do futebol brasileiro e é claro que esse foi um dos motivos que me trouxe”, admitiu Arouca. “O futebol paulista é o de maior visibilidade do Brasil e o mais competitivo”, emendou Júnior César.

Assim como os antigos companheiros de Laranjeiras, o atacante Washington, que já defendeu as cores da Ponte Preta, enalteceu a chegada de reforços de alto nível para a disputa do Paulistão. “Todas estas contratações que estão chegando nos grandes times estão sendo muito boas. E quem ganha é o torcedor de São Paulo. Com certeza podem esperar grandes jogos porque é um campeonato com grandes jogadores”.

Também vieram do Rio de Janeiro o lateral-direito Wagner Diniz, rebaixado à Série B com o Vasco da Gama, e o zagueiro Renato Silva, que recebeu sondagens de Santos e Corinthians antes de trocar o Botafogo pelo São Paulo.

Na Vila, novo ‘maestro’

Se não conseguiu levar Renato Silva para reforçar sua defesa, o Santos obteve sucesso em outras frentes e desfalcou dois clubes cariocas em 2009. Do Botafogo, vieram o lateral-esquerdo Triguinho, opção para uma eventual saída do titular Kléber, e o meia Lúcio Flávio, contratado para ser o maestro do setor.

Após uma passagem frustrante pelo São Paulo e de ter vivido altos e baixos no São Caetano, Lúcio Flávio sonha em vestir a camisa dez e, em sua volta ao futebol paulista, fazer jus ao uniforme que já trajou o melhor jogador de todos os tempos: Pelé.

“Não sou digno de amarrar as chuteiras do Pelé, pois nada se compara a ele, mas, no Botafogo, tive a chance de usar a camisa sete, que foi do Garrincha. Se eu puder usar a dez que foi do Pelé, serei um privilegiado”, comentou.

Sobre as diferenças entre o futebol paulista e o do restante do país, o ex-jogador do Botafogo foi direto: “O Campeonato Paulista é diferente, pois as equipes do interior sempre montam bons times e começam a trabalhar bem antes. Isso deixa a competição bastante equilibrada e disputada”.

Também desembarcaram na Vila Belmiro o polivalente Madson, um dos poucos destaques do Vasco na campanha que culminou com a queda da equipe para a Segunda Divisão Nacional, e Luizinho, lateral-direito reserva de Léo Moura no Flamengo. Na linha ofensiva, Roni, que estava no futebol japonês mas viveu sua melhor fase defendendo o Fluminense, briga com o equatoriano Bolamos para ser o novo parceiro de Kléber Pereira.

A Portuguesa de Desportos, rebaixada novamente para a Segunda Divisão no Campeonato Brasileiro, quer usar o estadual para mostrar que ainda é um dos grandes times do estado. Para isso, manteve Estevam Soares no comando e o experiente Athirson, ex-Flamengo e Botafogo, na lateral esquerda, além de buscar o volante Ygor no Fluminense e renovar o empréstimo de Felype Gabriel junto ao Flamengo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Brasil é o único em 35 países a escapar de forte desaceleração econômica, diz OCDE

As perspectivas econômicas para o Brasil continuam mais positivas do que para os países ricos e outras grandes economias emergentes, como a China, Índia e Rússia, segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgada nesta segunda-feira (12) em Paris. A organização prevê que o Brasil é o único dos 35 países analisados no novo Indicador Composto Avançado que não deverá registrar forte desaceleração econômica nos próximos seis meses.

"Os Indicadores Compostos Avançados em relação a novembro de 2008 sinalizam uma desaceleração profunda nas sete grandes economias mundiais e para as grandes economias que não são membros da OCDE, principalmente a China, a Índia e a Rússia", afirma o relatório.

Já em relação ao Brasil, como havia previsto no início de dezembro passado, com dados relativos a outubro de 2008, a OCDE estima que o país deverá registrar apenas uma "leve desaceleração" de sua atividade econômica.

Apesar disso, o Indicador Composto Avançado em relação ao Brasil caiu 1,1 ponto em novembro na comparação com os dados do mês anterior e está 2,9 pontos abaixo do nível registrado há um ano.

Mas o Brasil é o único do grupo das 29 economias que integram a OCDE e os seis países não-membros da organização analisados neste último relatório que ultrapassa a barreira de 100 pontos, utilizada como referência para classificar o nível de atividade econômica dos países.

Neste novo indicador, o Brasil totaliza 101,2 pontos, enquanto os demais 34 países estão abaixo dos 100 pontos. No relatório anterior, o Brasil registrava 102,3 pontos.

Segundo a metodologia para o cáculo do índice, os países que registrarem queda, mas mantiverem o indicador acima de 100 registram "leve desaceleração". Os que tiverem redução de atividade econômica e ficarem abaixo de 100 pontos recebem a classificação de "desaceleração", que pode ser caracterizada como forte em função do número de pontos perdidos.
Para calcular o Indicador Composto Avançado, a OCDE leva em conta vários indicadores econômicos de curto prazo ligados ao Produto Interno Bruto (PIB), como a produção industrial, por exemplo.
Outros países

A queda de 1,1 ponto registrada pelo Brasil em novembro é, no entanto, menor que a de outras grandes economias emergentes. O Indicador Composto Avançado da China diminuiu 3,1 pontos em novembro e está 12,9 pontos abaixo do nível verificado há um ano.
No caso da Índia, a queda foi de 1,2 ponto em novembro, mas totaliza 7,6 pontos na comparação anual. A Rússia registra a maior queda entre os grandes emergentes que não são membros da OCDE, com uma redução de 4,3 pontos em novembro e de 13,8 pontos na comparação com os últimos 12 meses.

Para os países que integram a OCDE, a queda em novembro foi de 1,3. Na comparação com o nível registrado em novembro de 2007, a redução é de 7,3 pontos.

Os Estados Unidos totalizam uma queda de 1,7 em novembro e estão 8,7 pontos abaixo do nível verificado há um ano.

Nos países da zona do euro, o indicador diminuiu 1,1 ponto em novembro passado e está 7,6 pontos abaixo do total registrado na comparação anual, segundo a OCDE.

Fonte: BBC Brasil